terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Os Dogmas Marianos




Os Dogmas Marianos

Hoje, os cristãos necessitam conhecer os dogmas marianos. A formação mariana requer o estudo dos dogmas marianos, tanto em seu conteúdo, como também em seu significado na vida cristã.
Os dogmas marianos foram conquistas históricas e teológicas do cristianismo. Fazem parte do patrimônio e da doutrina da Igreja. Brotaram do senso sobrenatural dos fiéis. Foram formulados pela Igreja. “O dogma nasce na Igreja, que acolhe a Palavra de Deus, aprofunda e evolui na compreensão do dado revelado” (padre Leomar Antônio Brustolin, teólogo mariano).
Os dogmas marianos manifestam a importância que a Igreja dá a Maria, a Mãe de Jesus Cristo. “Os dogmas marianos glorificam Maria. Ela é exaltada precisamente em sua insignificância e simplicidade, e é por intermédio dos insignificantes, dos pobres — como Maria e os que ela declara libertados — que o Reino se torna realidade entre nós.
Em toda a longa tradição cristã, os dogmas marianos concentram nossa atenção na glória de Deus que brilha sobre a mãe de Jesus” (Kahleen Coyle, missionária e escritora mariana).
Que são dogmas marianos
O termo “dogma” provém da língua grega, “dogma”, que significa “opinião” e “decisão”. No Novo Testamento, é empregado no sentido de decisão comum sobre uma questão, tomada pelos apóstolos (cf. At. 15,28). Os Padres da Igreja, antigos escritores eclesiásticos, usavam dogma para designar o conjunto dos ensinamentos e das normas de Jesus e também uma decisão da Igreja.
Paulatinamente, a Igreja, com o auxílio dos teólogos e pensadores cristãos, precisou e esclareceu o sentido de dogma. Na linguagem atual do magistério e da teologia, o ‘dogma’ é uma doutrina na qual a Igreja, quer com um juízo solene, quer mediante o magistério ordinário e universal, propõe de maneira definitiva uma verdade revelada, em uma forma que obriga o povo cristão em sua totalidade, de modo que sua negação é repelida como heresia e estigmatizada com anátema” (Marcelo Semeraro, professor de teologia).
Definidos pelo magistério da Igreja de maneira clara e definitiva, os dogmas são verdades de fé, contidas na Bíblia e na Tradição. “O magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo, quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária” (Catecismo da igreja católica, no 88).
Na Igreja os dogmas são importantes, porque ajudam os cristãos a se manterem fiéis na fé genuína do cristianismo. “Os dogmas são como placas que indicam o caminho de nossa fé. Foram criados para ajudar a gente a se manter no rumo do Santuário vivo, que é Jesus” (CNBB  Com Maria, rumo ao novo milênio. pág. 81).
Referentes a Maria, a Igreja propõe quatro dogmas: Maternidade divina, Virgindade perpétua, Imaculada Conceição e Assunção. Constituem verdades que os cristãos aceitam, aprofundam e vivenciam na comunidade de fé.
Mãe de Deus
Aos 22 de junho de 431, o Concílio de Éfeso definiu explicitamente a maternidade divina de Nossa Senhora. Assim o Concílio se expressou: “Que seja excomungado quem não professar que Emanuel é verdadeiramente Deus e, portanto, que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois deu à luz segundo a carne aquele que é o Verbo de Deus”.
A intenção do Concílio de Éfeso era a de afirmar a unidade da pessoa de Cristo. Reconhecer Maria como Mãe de Deus (“Theotokos”) significa, na verdade, professar que Cristo, Filho da Virgem Santíssima segundo a geração humana, é Filho de Deus.
O povo se alegrou tanto que levou os bispos do Concílio para suas casas e festejaram a proclamação do dogma mariano. A maternidade divina de Nossa Senhora é peça-mestra da teologia marial.
Virgindade perpétua
Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria no ano 649. Durante o Concílio, o Papa Matinho I assim afirmou: “Se alguém não confessa de acordo com os santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída (intacta), ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”.
Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes do parto, no parto e depois do parto. Os diversos credos e concílios antigos retomaram e afirmaram essa verdade. Santo Inácio de Alexandria, são Justino, santo Irineu, santo Epifrânio, santo Efrém, santo Ambrósio, são Jerônimo e santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria. A Virgindade perpétua de Maria faz parte integrante da fé cristã.
Imaculada Conceição
Em 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX definiu o terceiro dogma mariano: Imaculada Conceição de Maria. Em sua Bula “Ineffabilis Deus”, o Pontífice declarou a doutrina que ensina ter sido Nossa Senhora imune de toda mancha de pecado original, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Cristo Jesus Salvador do gênero humano.
Duns Scott (1266-1308) foi o teólogo que argumentou, historicamente, em favor do privilégio mariano, baseando-se na redenção preventiva.
O dogma da Imaculada Conceição nos ensina que, em Maria, começa o processo de renovação e purificação de todo o povo. Ela “é toda de Deus, protótipo do que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de Deus. Se nela Deus pôde realizar seu projeto, poderá realizá-lo em nós também” (Dom Murilo S. R. Krieger – bispo e escritor mariano).
Assunção de Maria
A Assunção de Maria foi o último dogma a ser proclamado, por obra do papa Pio XII, a 1o de novembro de 1950. Na Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, o Pontífice afirmou que, depois de terminar o curso terreno de sua vida, ela foi assunta de corpo e alma à glória celeste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática.
Imaculada e assunta aos céus, Maria é a realização perfeita do projeto de Deus sobre a humanidade. “A Assunção manifesta o destino do corpo santificado pela graça, a criação material participando do corpo ressuscitado de Cristo, e a integridade humana, corpo e alma, reinando após a peregrinação da história” (CNBB – Catequese renovada, no 235).
Os dogmas marianos iluminam a vida espiritual dos cristãos. “Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé, que o iluminam e tornam seguro” (Catecismo da igreja católica, no 90).
(Por Padre Eugênio Antônio Bisinoto – C.Ss.R.)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Roteiro para os cinco primeiros sábados de desagravo




Oração e meditação do terço dos cinco primeiros sábados

1.     Em nome do Pai + e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
 P. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor, enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra.
P. Oremos: ó Deus que santificais a Vossa Igreja inteira, em todos os povos e nações, derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo e realizai agora no coração dos fiéis as maravilha que operastes no início da pregação do Evangelho.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém.
P. Abri os meus lábios, ó Senhor.
R. E minha boca anunciará o Vosso louvor.
P. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
P. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

2.  Oferecimento do Terço:
Uno-me a todos os santos que estão no Céu, a todos os justos que estão sobre a Terra, a todas as almas fiéis que estão neste lugar. Uno-me a Vós, meu Jesus, para louvar dignamente Vossa Santa Mãe, e louvar-Vos a Vós, nela e por Ela. Renuncio a todas as distrações que me vierem durante este Rosário, que quero recitar com modéstia, atenção e devoção, como se fosse o último da minha vida. Nós Vos oferecemos, Trindade Santíssima, este Credo, para honrar os mistérios todos de nossa Fé; este Pai Nosso e estas três Ave-Marias, para honrar a unidade de vossa essência e a trindade de vossas pessoas. Pedimo-Vos uma fé viva, uma esperança firme e uma caridade ardente. Assim seja.  (Rezar o Credo, o Pai-Nosso, três Ave-Marias e o Glória).

3.    Primeira Meditação – Sobre a Imaculada Conceição

Mistérios Gozosos
1º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta primeira dezena, em honra a vossa Encarnação no seio de Maria; e vos pedimos, por esse mistério, e por sua intercessão uma profunda humildade. Assim seja. Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja.  (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

4.    Segunda Meditação – Sobre a Virgindade Perpétua de Maria Santíssima

2º Mistério - Nos vos oferecemos, Senhor Jesus, esta segunda dezena, em honra da visitação de vossa santa Mãe à sua prima santa Isabel e da santificação de São João Batista; e vos pedimos, por esse mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a caridade para com o nosso próximo. Assim seja. Todos: Graças ao mistério da visitação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)
5.    Terceira Meditação – Sobre a Maternidade divina de Maria Santíssima

3º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta terceira dezena, em honra ao vosso nascimento no estábulo de Belém; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, o desapego dos bens terrenos e ao amor a pobreza. Assim seja. Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

6.    Quarta Meditação – Sobre as ofensas de quem ensina crianças a desprezarem e terem ódio para com a Santíssima Virgem Maria.

4º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta quarta dezena, em honra a vossa apresentação ao templo, e da purificação de Maria; e vos pedimos, por este mistério e por sua intercessão, uma grande pureza de corpo de alma. Assim seja.  Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

7.    Quinta Meditação – Sobre as Ofensas feitas a ícones (quadros) ou imagens da Bem aventurada Virgem Maria

5º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta quinta dezena, em honra ao vosso reencontro por Maria; e vos pedimos, por este mistério; e por sua intercessão, a verdadeira Sabedoria. Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

8.    Salve Rainha, mãe de misericórdia...

9.    Saudação Final: Eu vos saúdo, Maria, Filha bem-amada do eterno Pai, Mãe admirável do Filho, Esposa mui fiel do Espírito Santo, templo augusto da santíssima trindade; eu vos saúdo soberana Princesa, a quem tudo está submisso no céu e na terra; eu vos saúdo, seguro refúgio dos pecadores, nossa Senhora da Misericórdia, que jamais repeliste pessoa alguma. Pecador que sou, me prostro aos vossos pés, e vos peço de me obter de Jesus, vosso amado filho, a contrição e o perdão de todos os meus pecados, e a divina sabedoria. Eu me consagro todo a vós, com tudo o que possuo. Eu vos tomo, hoje, por minha Mãe e Senhora. Tratai-me, pois, como o ultimo de vossos filhos e o mais obediente de vossos escravos. Atendei, minha Princesa, atendei aos suspiros de um coração que seja amar-vos e servi-vos fielmente. Que ninguém diga que, entre todos que a vós recorreram, seja eu o primeiro desamparado. Ó minha esperança, Ó minha vida, Ó minha fiel e imaculada Virgem Maria defendei-me, nutri-me, escutai-me, instruí-me, salvai-me. Assim seja. Em Nome do Pai, (+) do Filho e do Espírito Santo. Amém.

P. Que as almas dos Legionários e de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

TEXTOS PARA A MEDITAÇÃO

Primeira Meditação - Sobre a Imaculada Conceição
O dogma que declara a Imaculada Conceição da Virgem Maria é fundamentado na Bíblia: Maria recebeu uma saudação celestial do Anjo Gabriel quando este veio anunciar que ela seria a Mãe do Salvador. Nessa ocasião, o Anjo Gabriel saudou como cheia de graça.
Foi o papa Pio IX, o papa que proclamou o dogma da Imaculada Conceição, recorreu principalmente à afirmação de Gênesis (3, 15), onde Deus diz: Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela, assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O versículo Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti, no Cântico dos Cânticos (4,7) também é uma referência para defender a Imaculada Conceição. Outras passagens bíblicas referentes são: Também farão uma arca de madeira incorruptível (Êxodo 25, 10-11). Pode o puro (Jesus) vir de um ser impuro? Jamais! (Jó 14, 4)Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível... (Deuteronômio 10, 3). Maria é considerada a Arca da Nova Aliança (Apocalipse 11, 19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente incorruptível ou imaculada.

Segunda Meditação - Sobre a Virgindade Perpétua de Maria Santíssima
A Igreja nos ensina que Maria sempre foi Virgem - antes do parto, no parto e depois do parto. Desde o princípio a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo”. “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo(Mt 1, 18-20). Para os Padres da Igreja a conceição virginal era o “sinal” de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que assumiu a nossa humanidade. Santo Inácio de Antioquia (†107), já dizia: “Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, verdadeiramente nascido de uma virgem (…), ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, (à cruz) por nossa salvação sob Pôncio Pilatos (…), ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente(Esmirnenses, I-II). O anjo disse a São José que “o que foi gerado nela vem do Espírito Santo(Mt 1,20). É o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho(Is 7,14). Diz o nosso Catecismo: “O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe.(§499)

Terceira Meditação - Sobre a Maternidade divina de Maria Santíssima
O dogma da Maternidade Divina se refere a que a Virgem Maria é verdadeira Mãe de Deus. Foi solenemente definido pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.). Algum tempo depois, foi proclamado por outros Concílios universais, o de Calcedônia e os de Constantinopla. O Concílio de Éfeso, do ano 431, sendo Papa São Clementino I (422-432) definiu: “Se alguém não confessar que o Emanuel (Deus Conosco) é verdadeiramente Deus, e que, portanto, a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, porque pariu segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja anátema (condenado).” O Concílio Vaticano II faz referência ao dogma da seguinte maneira: “Desde os tempos mais remotos, a Bem-Aventurada Virgem é honrada com o título de Mãe de Deus, a cujo amparo os fiéis acodem com suas súplicas em todos os seus perigos e necessidades”. (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 66). Maria é a mãe não apenas da carne de Jesus, mas de toda a realidade do Seu Filho. Criar é tirar do nada, e isto só Deus pode fazer. Cristo foi gerado no ventre de Maria, porque Ele sempre existiu, como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. MARIA É MÃE DE DEUS: porque gerou em seu corpo o Deus-homem. Maria é Mãe de Deus porque, da sua própria carne, comunica ao Verbo uma natureza semelhante à sua. Na Encíclica Lumen Gentium, Papa Paulo VI explica: "Pois a Virgem Maria, que na Anunciação do anjo recebeu o Verbo de Deus no seu coração e no seu corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. [...] Mais ainda: é verdadeiramente a Mãe dos membros de Cristo...porque cooperou com a caridade para que na Igreja nascessem os fieis que são os membros desta cabeça". E por causa disto é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e na caridade. E a Igreja Católica instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto e piedade filial como mãe amantíssima". (LG 53)
Quarta Meditação - Sobre as ofensas de quem ensina crianças a desprezarem e terem ódio à Maria Santíssima
(a) Outra necessidade da reparação ao Imaculado Coração de Maria é a indiferença, o desprezo, o ódio infundidos nos corações dos homens para com esta Mãe tão bondosa. Tudo isso é consequência do ensinamento de falsas doutrinas, injúrias e blasfêmias principalmente às crianças. Hoje em dia torna-se cada vez mais comum o desprezo, a irreverência, quando não o ódio para coma Mãe de Deus. Tais atitudes são comuns na sociedade atual, até mesmo entre os cristãos. E isso fere gravemente o Imaculado Coração de Maria. No entanto, a indiferença para com esta boa Mãe ofende seu Coração tanto quanto as práticas mencionadas. Por isso, essas práticas, principalmente aquelas vindas das crianças, ofendem gravemente a Mãe do Senhor. Pois, estas a ofendem não somente por causa das atitudes dos pequeninos, mas por causa da maldade de colocar em seus corações tão desprezíveis sentimentos para com Maria Santíssima.

Quinta Meditação - Sobre as ofensas feitas a ícones/imagens da Bem aventurada Virgem Maria

(b) Na Igreja, veneramos os santos porque eles merecem o nosso respeito, admiração e gratidão. Graças às suas imagens, nós os recordamos e, ao mesmo tempo, eles nos trazem à mente verdades religiosas de grande proveito espiritual, dizendo-nos algo relacionado com as suas vidas. Por exemplo, graças às imagens podemos recordar quem era o santo, que virtude ele mais praticou, o que o tornou santo. Assim também, ao vermos uma imagem da Mãe de Deus, vem à nossa memória que, no céu, nós temos uma mãe imaculada que nos ama, que intercede por nós e que nos incentiva a levar uma vida santa. Nos dias de hoje, torna-se cada vez mais comum: o ultraje, o sacrilégio, o vandalismo, a destruição das sagradas imagens da Santíssima Virgem, principalmente àquelas que estão expostas em locais públicos. Ademais, as suas imagens estão sendo retiradas, reduzidas ao mínimo, quando não são totalmente excluídas das igrejas e capelas. Estas práticas também ofendem muito o Imaculado Coração de Maria, além de contrariar o que foi dito no Concílio Vaticano II a respeito das imagens sagradas: “Observem religiosamente aquelas coisas que nos tempos passados foram decretadas acerca do culto das imagens de Cristo, da Bem-aventura Virgem e dos Santos(LG 61). Isto significa que deveríamos zelar pela tradicional e salutar devoção às sagradas imagens, conforme a Tradição bimilenar da Igreja. As ofensas a Virgem Maria nas suas sagradas imagens atingem não somente a Igreja dos santos, que a veneraram com tão grande amor nas suas imagens, mas também ao próprio Filho, que desejaria ver sua Mãe honrada e amada nas pinturas, quadros e imagens. Dessa forma, temos nestas ofensas, razões suficientes para desagravar o Imaculado coração de Maria. A solução do problema é a catequese, para que se chegue à maturidade da fé com toda a sua liberdade interior.

Org.  Adilson

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Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus
 «Todos os que ouviram se maravilhavam com o que lhes diziam os pastores» (Lc 2, 18). Maravilhar-nos: a isto somos chamados hoje, na conclusão da Oitava de Natal, com o olhar ainda fixo no Menino que nasceu para nós, pobre de tudo e rico de amor. Maravilha: é a atitude que devemos ter no começo do ano, porque a vida é um dom que nos possibilita começar sempre de novo, mesmo da condição mais baixa.
Mas hoje é também o dia para nos maravilharmos diante da Mãe de Deus: Deus é um bebé nos braços duma mulher, que alimenta o seu Criador. A imagem que temos à nossa frente mostra a Mãe e o Menino tão unidos que parecem um só. Tal é o mistério de hoje, que suscita uma maravilha infinita: Deus ligou-Se à humanidade para sempre. Deus e o homem sempre juntos: eis a boa notícia no início do ano. Deus não é um senhor distante que habita solitário nos céus, mas o Amor encarnado, nascido como nós duma mãe para ser irmão de cada um, para estar próximo: o Deus da proximidade. Está nos joelhos de sua mãe, que é também nossa mãe, e de lá derrama uma nova ternura sobre a humanidade. E nós compreendemos melhor o amor divino, que é paterno e materno, como o duma mãe que não cessa de crer nos filhos e nunca os abandona. O Deus-conosco ama-nos independentemente dos nossos erros, dos nossos pecados, do modo como fazemos caminhar o mundo. Deus crê na humanidade, da qual sobressai, primeira e incomparável, a sua Mãe.
No início do ano, pedimos-Lhe a graça de nos maravilharmos perante o Deus das surpresas. Renovamos a maravilha das origens, quando nasceu em nós a fé. A Mãe de Deus ajuda-nos: a Mãe que gerou o Senhor, gera-nos para o Senhor. É mãe e gera sempre de novo, nos filhos, a maravilha da fé, porque a fé é um encontro, não é uma religião. A vida, sem nos maravilharmos, torna-se cinzenta, rotineira; e de igual modo a fé. Também a Igreja precisa de renovar a sua maravilha por ser casa do Deus vivo, Esposa do Senhor, Mãe que gera filhos; caso contrário, corre o risco de assemelhar-se a um lindo museu do passado. A «Igreja museu». Mas, Nossa Senhora introduz na Igreja a atmosfera de casa, duma casa habitada pelo Deus da novidade. Acolhamos maravilhados o mistério da Mãe de Deus, como os habitantes de Éfeso no tempo do Concílio lá realizado! Como eles, aclamemo-La «Santa Mãe de Deus»! Deixemo-nos olhar, deixemo-nos abraçar, deixemo-nos tomar pela mão… por Ela. (…)
Deus não prescindiu da Mãe: por maior força de razão, precisamos nós d’Ela. O próprio Jesus no-La deu; e não num momento qualquer, mas quando estava pregado na cruz: «Eis a tua mãe» (Jo 19, 27) – disse Ele ao discípulo, a cada discípulo. Nossa Senhora não é opcional: deve ser acolhida na vida. É a Rainha da paz, que vence o mal e guia pelos caminhos do bem, repõe a unidade entre os filhos, educa para a compaixão.
Tomai-nos pela mão, Maria. Agarrados a Vós, superaremos as curvas mais fechadas da história. Levai-nos pela mão a descobrir os laços que nos unem. Reuni-nos, todos juntos, sob o vosso manto, na ternura do amor verdadeiro, onde se reconstitui a família humana: «À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus». Digamo-lo, todos juntos, a Nossa Senhora: «À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus».