segunda-feira, 18 de março de 2019

O glorioso São José - Pe. Paulo Ricardo

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      Aparentemente, não há muito o que se falar sobre São José, mas isso não é verdade. Há muito o que se falar desse homem que foi o Pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Patriarca da Sagrada Família, o Protetor da Igreja e que recebeu tantos outros títulos. Muitos papas já afirmaram que, depois da Virgem Maria, São José é o maior de todos os santos.
     Outros grandes da Igreja também já testemunharam seu valor, como, por exemplo, Santa Teresa d´Ávila, em seu famoso Livro da Vida. No sexto capítulo, a santa diz que tem uma grande devoção por São José e que nenhum dos seus pedidos a ele jamais foi negado. Não somente isso, ela afirma que São José é o mestre da vida interior e que se alguém não sabe rezar ou não tem um diretor espiritual, deve a ele recorrer, pois ele ensinará. Ora, essa afirmação vinda da doutora mística possui um peso muito grande.
São José está presente desde o início da história do Cristianismo, é evidente. Porém, a devoção à sua figura vem sendo mais amplamente difundida nos últimos duzentos anos, pois inúmeros documentos, encíclicas, decretos e discursos foram emitidos pelos papas, que são, em grande medida, os maiores divulgadores da devoção ao Pai Adotivo de Jesus.
      O bem-aventurado Pio IX, no ano de 1870, proclamou São José como Padroeiro da Igreja Universal, através do Decreto Quemadmodum Deus, em 8 de dezembro. Em seguida instaurou a festa litúrgica, o ofício e os privilégios litúrgicos de São José, através da Carta Apostólica Inclytum Patriarcham, de 7 de julho de 1871. Da leitura desses documentos, percebe-se claramente a motivação do Papa Pio IX em reconhecer São José como padroeiro da Igreja por ele ter sido o protetor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
      Historicamente, quando o papado passou a ser atacado é que começou o movimento dos próprios papas de promover a devoção a São José. E é difícil não notar uma correlação providencial entre as duas coisas, pois foi exatamente quando o mundo quis acabar com a figura do pai espiritual que é o Papa, que eles começaram a propor São José como um pai espiritual. O ataque à Igreja e ao Corpo de Cristo e a escolha de José como protetor remete ao ataque contra Jesus e a Sagrada Família, quando também José foi escolhido por Deus como seu protetor.
     Em seguida, o Papa Leão XIII escreveu a encíclica Quamquam Pluries, em 15 de agosto de 1889, propondo São José como modelo para as famílias cristãs, modelo de esposo e de pai.
O Papa Bento XV, logo após a Primeira Guerra Mundial, publicou o Motu Proprio Bonum Sane, em 25 de julho de 1920, exalando a devoção a São José e dando-a como solução espiritual para os problemas do pós-guerra.
      Já o Papa Pio XI, que viveu a transição entre as duas guerras e o começo da segunda, na encíclica em que trata do comunismo, Divini Redemptoris, de 19 de março de 1937, propõe São José como modelo para os trabalhadores, para os operários.
     Até então não havia a festa litúrgica de São José Operário e foi somente Pio XII que, em 1955, instituiu essa festa, que nasceu para impor uma barreira à onda do comunismo. É por isso que São José não pode ser tido - como querem os teólogos da “libertação” - como ícone do proletário, do trabalhador na luta de classes, pois sua festa nasceu justamente para combater a ideologia comunista.
O Papa João XXIII, em 1961, às portas do Concílio Vaticano II, declarou que São José seria o “Celeste Protetor” do concílio. João Paulo II fez a sua famosa Exortação Apostólica Redemptoris Custos, em 15 de agosto de 1989, que é uma obra-prima de espiritualidade sobre São José.
      É claro que o Papa Bento XVI, sendo “José” ou “Joseph”, de batismo, tem uma grande devoção a São José e foi ele que preparou a introdução do nome de São José nas três orações eucarísticas no Missal Romano posterior ao Concílio Vaticano II. Lembrando que o Papa João XXIII introduziu o nome de São José no Cânon Romano. Cinquenta anos depois, Bento XVI quis introduzir nas demais orações eucarísticas. Os documentos foram preparados, mas com a sua renúncia, não foi possível colocá-los em prática.
      Assim, coube ao Papa Francisco, em maio de 2013, sancionar a introdução do nome de São José no Missal Romano. A devoção de Francisco a São José é tão grande que ele mandou levar de Buenos Aires para Roma uma imagem de São José dormindo. Pode parecer estranha essa imagem, pois é comum vê-lo em pé, com o Menino Jesus no colo ou em atividade, mas ela se explica, pois a Sagrada Escritura ensina que era por meio de sonhos que ele tomava conhecimento dos desígnios do Senhor.
      Todos esses documentos significam que a Igreja reconhece a posição de São José. E alguns pontos devem ser mencionados. O primeiro deles é o relacionamento de São José com Maria, pois algumas pessoas, erradamente, tentando proteger a virgindade de Nossa Senhora, não gostam de falar de São José como Esposo da Virgem. Ora, esse é exatamente o título base de todos os outros: “Esposo”. Realmente, Nossa Senhora era esposa de José.
       A tendência de diminuir a relação esponsalícia de São José é bastante antiga, vide os evangelhos apócrifos que apresentam São José como sendo um senhor idoso, perto dos cem anos, alguém incapaz de ter relações sexuais. Com isso se pretende “provar” a virgindade de Maria.
       No entanto, o Padre José Antonio Bertolin apresenta os argumentos que surgiram após o século XIV, no sentido de que, se São José era mesmo como os apócrifos o apresentam, de nada adiantou o milagre. Se assim fosse realmente, Jesus seria tão somente um filho adulterino, espúrio, um filho sem pai. Não é verdade, pois, que São José estivesse fora da idade de gerar filhos ou que tivesse cem anos de idade.
      Os dados a respeito da sociedade na época de Jesus dão conta de que as pessoas se casavam muito cedo. Portanto, dentro do conhecimento histórico que se tem hoje, a Virgem Santíssima tinha entre 12 e 14 anos quando se casou. Tão logo a menina estava preparada biologicamente para ser mãe, já se casava.
      Esses dados batem com a Tradição que dá conta de que a Virgem Maria teria engravidado em sua primeira ovulação. Jesus foi realmente o primogênito em tudo. Pode parecer estranho para a mentalidade atual imaginar tal situação, mas era a da época.
      Os rapazes, por sua vez, casavam-se com 16, 18 anos de idade. Portanto, José era capaz de ter filhos e também possuía força física capaz de executar a missão que Deus lhe confiou: a de proteger a família que estava iniciando.
      Deus dá as graças necessárias para que a missão dada seja executada com primor. Assim, como José recebeu a maior missão de todas: guardar o Redentor e a Sua Mãe, foi cumulado por Deus com as maiores graças espirituais. Ele é também chamado de o “Terror dos Demônios”, pois, como esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Nosso senhor Jesus, precisava guardar aquela família das insídias de Satanás.
      Dizer que São José é esposo da Virgem Maria não põe em risco a virgindade nem de Nossa Senhora, nem do próprio José. A Igreja olha São José como sendo o “Castíssimo Esposo”, o que se pode observar tanto nos ícones ocidentes quanto nas imagens orientais, em que ele é retratado sempre com um lírio, sinal de pureza virginal.
      Alguns alegam que, porque no casamento de José e Maria não havia sexo, não se tratou realmente de um casamento. Ledo engano. O casamento de ambos serve de modelo para os casais, pois todos devem se amar espiritualmente e expressar o seu amor espiritualmente, antes de expressá-lo no ato sexual.
      Naquela época, o casamento era “arranjado” entre os pais dos pretendentes. Cabia ao noivo dizer se aceitava ou não a moça que lhe era proposta. José aceitou Maria. E então, assinaram os papéis de noivado e entram no período de tempo de um ano que era reservado ao noivado. Foi nesse tempo que Ela recebeu o anjo, disse o “sim” e engravidou.
      Ora, foi nesse momento que José provou seu grande amor por Maria, pois ele poderia ter cancelado o compromisso - a lei o permitia - uma vez que ela ficou grávida e o bebê concebido não era dele. Ele poderia tê-la denunciado para ser apedrejada. Todavia, a Sagrada Escritura afirma que José era um homem justo (cf. Mt 1, 19) e o homem justo quando não sabe, não julga. São José confiava em Nossa Senhora. Ele sabia que ela não mentia, portanto, acreditou e não julgou. E embora tenha ficado perplexo, pois não entendia o que havia acontecido, ainda que acreditasse em Maria, decidiu abandoná-la em segredo, pois ali havia algo maior que a sua capacidade de compreensão. Foi quando, em sonho, recebeu a revelação do anjo.
       No Novo Testamento a palavra “sonhar” aparece poucas vezes e mais da metade delas é atribuída a José. O sonhador. Como José do Egito, o filho de Jacó que também foi agraciado com muitos sonhos. O Decreto de Pio IX, Quemadmodum Deus, afirma:
“Da mesma maneira que Deus havia constituído José, gerado do patriarca Jacó, superintendente de toda a terra do Egito para guardar o trigo para o povo, assim, chegando a plenitude dos tempos, estando para enviar à terra o seu Filho Unigênito Salvador do mundo, escolheu um outro José, do qual o primeiro era figura, o fez Senhor e Príncipe de sua casa e propriedade e o elegeu guarda dos seus tesouros mais preciosos.”
       Logo, a devoção a São José é importantíssima nos tempos de crise, pois como José do Egito guardou o povo de Deus em Israel, agora o novo José guarda a Igreja nascente (Jesus e Maria) e também o povo de Deus espalhado pelo mundo inteiro.
      Já em relação a Jesus, uma reflexão que pouco se faz é de que, se Jesus era igual ao homem em tudo, teria que desenvolver também a sua masculinidade. Jesus encontrou em José a figura masculina de que precisava. E Ele aprende, pois se torna um homem viril.
      Teologicamente falando, o relacionamento de José com o Verbo Encarnado proporcionou que nascessem todos os privilégios de José. Inclusive, José é a única criatura de que se tem notícia que recebeu um título que pertence propriamente a Deus. O Papa Bento XVI, em um de seus discursos, falando sobre São José, ensina:
“Falando à multidão e aos seus discípulos, Jesus declara: ‘Um só é vosso Pai’ (Mt23, 9). Com efeito, não há paternidade fora da de Deus Pai, o único Criador ‘do mundo visível e invisível’. Entretanto foi concedido ao homem, criado à imagem de Deus, participar na única paternidade de Deus (cf. Ef 3, 15). Ilustra-o de maneira surpreendente São José, que é pai sem ter exercido uma paternidade carnal. Não é o pai biológico de Jesus, do Qual só Deus é Pai, e todavia exerce uma paternidade plena e completa.”
      Assim, é da relação de José com Maria e com Jesus que nasce a sua relação com a Igreja. Nós podemos confiar em São José, pois ele continua desempenhando a sua missão de cuidar e proteger o corpo de Cristo que é a Igreja, por isso ele é o patrono da Igreja Universal.
      Um último ponto é a questão da morte de São José, que se deu antes da vida pública de Jesus. Ele é considerado o padroeiro dos moribundos e da boa morte, porque morreu sendo assistido por Jesus e Maria.

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segunda-feira, 4 de março de 2019

Refletindo a Palavra: Lc 11, 14-23

Resultado de imagem para todo reino dividido contra si mesmo não subsistirá

(Lc 11, 14-23)

Naquele tempo, Jesus expelia um demônio que era mudo. Tendo o demônio saído, o mudo pôs-se a falar e a multidão ficou admirada.  Mas alguns deles disseram: “Ele expele os demônios por Beelzebul, príncipe dos demônios”.  E para pô-lo à prova, outros lhe pediam um sinal do céu.  Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: “Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros. Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul. Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes! Mas se expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus. Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui. Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos. Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”. Palavra da Salvação.


Meditando o texto:

Leitor 1- Os inimigos de Jesus perseveram em seu fechamento à mensagem do Evangelho. Nada consegue quebrar as muralhas dos corações endurecidos. Diante do poder manifestado em Jesus, chegam ao máximo da recusa: “É pelo poder do demônio que ele expulsa os demônios!” Jesus argumenta: “Mas se é pelo dedo de Deus… é porque o Reino de Deus já chegou entre vós”.

Leitor 2 – Ao libertar certos homens dos seus males terrenos – da fome, da injustiça, da doença e da morte –, Jesus realizou sinais messiânicos; no entanto, Ele não veio para abolir todos os males deste mundo, mas para libertar os homens da mais grave das escravidões, a do pecado, que os impede de realizar a sua vocação de filhos de Deus e é causa de todas as servidões humanas.

Leitor 3 - A vinda do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: «Se é pelo Espírito de Deus que Eu expulso os demônios, então é porque o Reino de Deus chegou até vós» (Mt 12, 28). Os exorcismos de Jesus libertam os homens do poder dos demônios. E antecipam a grande vitória de Jesus sobre «o príncipe deste mundo» (Jo 12, 31).
Leitor 4 – “Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa” Como isto acontece na minha e na tua vida?  “Não impeçam! Quem não é contra vocês é a vosso favor!” Como isto acontece na minha e na tua vida? Tu tens ciúmes do bem dos outros, das pessoas, que iniciam a sua caminhada de fé e que se destacam na prática do bem e no anúncio do evangelho?

Rezemos juntos: - Maria, nossa mãe, tomai-nos pela mão e nos conduzi a Deus. Ficai conosco em todos os momentos, pois o vosso amor materno é para sempre. Nas horas difíceis, sede nossa protetora, nos sofrimentos, sede nosso socorro. Pressionados e sem saída, abri-nos a porta das soluções. Dispersos e errantes, amparai-nos com vosso manto. Nas noites escuras, sede nossa estrela-guia. Nas adversidades, não permitais que vacilemos. Conturbações e desalentos jamais perturbem nossa firme confiança em Deus. Retirai de nosso rosto a sombra de tristeza. Nessa era de violência, dai-nos um tempo de graça em que a paz já não seja sonho, mas promessa realizada. Intercedei por nós, ó Virgem, junto ao Pai, que em Jesus se encarnou em vosso seio. Plenificai-nos com os dons do Espírito, fogo divino que vos iluminou. Amém.

Peçamos a Bênção:
Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.


Refletindo a Palavra: Mt 7, 7-12


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(Lc 16, 19-31)

“Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho finíssimo, e que todos os dias se banqueteava e se regalava. Havia também um mendigo, por nome Lázaro, todo coberto de chagas, que estava deitado à porta do rico. Ele avidamente desejava matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico... Até os cães iam lamber-lhe as chagas. Ora, aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. E, estando ele nos tormentos do inferno, levantou os olhos e viu, ao longe, Abraão e Lázaro no seu seio. Gritou, então: Pai Abraão, compadece-te de mim e manda Lázaro que molhe em água a ponta de seu dedo, a fim de me refrescar a língua, pois sou cruelmente atormentado nestas chamas. Abraão, porém, replicou: Filho, lembra-te de que recebeste teus bens em vida, mas Lázaro, males; por isso, ele agora aqui é consolado, mas tu estás em tormento. Além de tudo, há entre nós e vós um grande abismo, de maneira que os que querem passar daqui para vós não o podem, nem os de lá passar para cá. O rico disse: Rogo-te então, pai, que mandes Lázaro à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para lhes testemunhar que não aconteça virem também eles parar neste lugar de tormentos. Abraão respondeu: Eles lá têm Moisés e os profetas; ouçam-nos! O rico replicou: Não, pai Abraão; mas, se for a eles algum dos mortos, se arrependerão. Abraão respondeu-lhe: Se não ouvirem a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos.” Palavra da Salvação.

Meditando o texto:

Leitor 1- O Evangelho (Lc 16, 19-31) descreve-nos um homem que não soube tirar o proveito dos seus bens. Ao invés de ganhar com eles o Céu, perdeu-o para sempre. Trata-se de um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho, e que todos os dias fazia festas esplêndidas; muito perto dele, à sua porta, estava deitado um mendigo chamado Lázaro, todo coberto de chagas, que desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. E até os cães lambiam as suas feridas.

Leitor 2 – A descrição que o Senhor nos faz nesta parábola tem fortes contrastes: grande abundância num, extrema necessidade no outro. O homem rico vive para si, como se Deus não existisse. Esqueceu uma coisa que o Senhor recorda com muita frequência: não somos donos dos bens materiais, mas administradores. 
       
Leitor 3 - O homem rico não está contra Deus nem oprime o pobre! Apenas está cego para as necessidades alheias. O seu pecado foi não ter visto Lázaro, a quem poderia ter feito feliz com um pouco menos de egoísmo e um pouco mais de despreocupação pelas suas próprias coisas. Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade.”

Leitor 4 – “Não vos conformeis com este mundo…” (Rm 12, 2). Quando se vive com o coração posto nos bens materiais, as necessidades dos outros escapam-nos; é como se não existissem. O rico da parábola “foi condenado porque nem sequer percebeu a presença de Lázaro, da pessoa que se sentava à sua porta e desejava alimentar-se das migalhas que caíam da sua mesa” ( Sto. Agostinho). Façamos bom uso dos bens materiais. Jesus vê na riqueza o perigo mais grave de autossuficiência, de afastamento de Deus e de insensibilidade para com o próximo.

Rezemos juntos:
Senhor, / Quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessita de comida; / Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água; / Quando tiver frio, dai-me alguém que necessite de calor; / Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo; / Quando minha cruz parecer pesada, dai-me compartilhar a cruz do outro; / Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos; / Quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém; / Quando estiver desanimada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo; / Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da minha; / Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tinha de atender; / Quando pensar em mim mesmo, voltai minha atenção para outra pessoa; / Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje. / Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e alegria. Amém.

Peçamos a Bênção:
Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.
  

Refletindo a Palavra: Mt 7, 7-12

(Mt 7, 7-12)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta. Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas”. Palavra da Salvação.


Meditando o texto:
Leitor 1- Hoje, Jesus nos fala da necessidade e do poder da oração. Não podemos entender a vida cristã sem relação com Deus, nesta relação, a oração ocupa um lugar central. Enquanto vivemos neste mundo, os cristãos nós encontramos num caminho de peregrinação, mas a oração nos aproxima de Deus, nos abre as portas de seu amor imenso e nos antecipa as delicias do céu. Por isso, a vida cristã é uma contínua petição e busca: «Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês!» (Mt 7,7),nos diz Jesus.

Leitor 2 – Ao mesmo tempo, a oração vai transformando o coração de pedra num coração de carne: «Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem» (Mt 7,11). O melhor resumo que podemos pedir a Deus está no Pai Nosso: «venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu» (cf. Mt 6,10). Portanto, não podemos pedir na oração qualquer coisa, que não seja realmente um bem. Ninguém deseja um dano para si mesmo; por isso, não podemos querer para os outros.
    
Leitor 3 - Há quem se queixa de que Deus no lhe escuta, porque não vê os resultados de imediatamente ou porque pensa que Deus não lhe ama. Nesse caso, não nos fará mal recordar este conselho de São Jerônimo: «É verdade que Deus dá a quem pede, que quem busca encontra, e a quem chama lhe abrem: se vê claramente que aquele que não recebeu que não encontrou, nem lhe abriram, é porque não pediu bem, não buscou bem, nem chamou bem à porta». Peçamos então em primeiro lugar a Deus que faça como que o nosso coração seja bom como o de Jesus Cristo.

Rezamos juntos:
“Pai nosso, que estais no céu, durante esta época de arrependimento, tende misericórdia de nós. Com nossa oração, nosso jejum e nossas boas obras, transformai o nosso egoísmo em generosidade. Abri nossos corações à vossa palavra, curai as nossas feridas do pecado, ajudai-nos a fazer o bem neste mundo. Que transformemos a escuridão e a dor em vida e alegria. Concedei-nos o que pedimos por Nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho e nosso Irmão, que sendo Seus convosco vive e reina para sempre. Amém.


Peçamos a Bênção:

Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.

Refletindo a Palavra - Lc 9, 22-25

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(Lc 9, 22-25)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 22“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. 23 Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. 24 Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. 25 Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se se perde e se destrói a si mesmo? Palavra da Salvação. 


Meditando o texto:
Leitor 1- O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que vive como o próprio Jesus e faz dele o modelo de sua vida. Jesus nunca viveu para si, mas sempre viveu para o Pai e para os seus irmãos e irmãs, fazendo do seu dia a dia um serviço a Deus e ao próximo.

Leitor 2 – A exemplo de Jesus, nós devemos passar por esse mundo não para buscar a satisfação dos nossos interesses e necessidades, mas para deixar de lado tudo o que nos impede de ir ao encontro de nossos irmãos e irmãs que precisam de nós, da nossa presença e do nosso serviço, e que também nos impede de ir ao encontro do próprio Deus para vivermos com ele a sua vida.

Leitor 3 - Para Lucas, a morte de Jesus é a garantia da Sua ressurreição. Porque ele vê no anúncio a certeza deste fato. Pela confiança que ele próprio deposita nas palavras de Mestre: O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado.

Leitor 4 - Pela sua morte Jesus destruiu a morte (1Cor 15,24.26; 2Ts 2,8; 2Tm 1,10; Hb 2,14). “Assim, pois, já que os filhos têm em comum o sangue e a carne, também Ele participou igualmente da mesma condição, a fim de, por sua morte, reduzir à impotência daquele que detinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2,14).

Leitor 5 - Através de sua morte, Jesus destruiu o poder da morte, deixando o ser humano livre. Mas, antes da Ressurreição existe a cruz. E Ele quer advertir os seus para que fiquem preparados para ela. Como aos apóstolos também cada um de nós está sendo convidado a segui-lo, passando por tudo o que Ele passou, a fim de que no final possamos ressuscitar com Ele para a eternidade.

Rezamos juntos:
“Que a nossa Quaresma seja percorrer o mesmo caminho, para levar a esperança de Cristo também à criação, que ‘será libertada da escravidão da corrupção, para alcançar a liberdade na glória dos filhos de Deus’. Não deixemos que passe em vão este tempo favorável! Peçamos a Deus que nos ajude a realizar um caminho de verdadeira conversão. Abandonemos o egoísmo, o olhar fixo em nós mesmos, e voltemo-nos para a Páscoa de Jesus; façamo-nos próximo dos irmãos e irmãs em dificuldade, partilhando com eles os nossos bens espirituais e materiais”. (Papa Francisco) Amém.

Peçamos a Bênção:

Que Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
Que Ele nos mostre a Sua face e se compadeça de nós. Amém.
Que volte para nós o Seu olhar e nos dê a paz. Amém.
Abençoe-nos, Deus misericordioso, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém.