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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Maria no Evangelho de Lucas



Maria no Evangelho de Lucas

Maria é apresentada no evangelho de Lucas como aquela que foi a primeira discípula de Cristo e também como o exemplo maior para toda a cristandade, pois é aquela que ouve atentamente a palavra de Deus, com muita fé e a guarda, colocando em prática posteriormente.

Ao perceber que havia sido escolhida para missão tão especial, trazer ao mundo o Salvador, Maria não recua e diz sim ao chamado de Deus, mesmo com a grande dificuldade inicial que poderia colocar dúvidas em sua cabeça a respeito deste acontecimento. Ela questiona, com propriedade, como poderia realizar obra de tal magnitude pois não havia realizado a conjunção carnal com nenhum homem. Mas, este é um dilema que logo é vencido, pois Maria compreende que para a vontade de Deus não existem limites.

Desta forma, Maria confiou plenamente e disse sim ao projeto salvífico e torna-se referência.

Com este exemplo, Maria se torna um guia para todo o cristão, pois foi justamente a primeira a acreditar na vinda do messias e que poderia trazê-lo ao mundo, ajudando em sua educação, o criando como uma boa mãe. É notória a observação de Santo Agostinho que diz que Maria concebeu Jesus primeiro em seu coração e depois em seu ventre.

Ela sentiu-se chamada a participar desta magnífica obra e participou com toda a sua coragem, com toda a sua fé, tornando-se inclusive uma missionária, a primeira, pois enquanto levava Jesus em seu ventre já vai visitar sua parente Isabel e levar um pouco da graça de Deus que se derramara sobre sua pessoa bem-aventurada com o objetivo de dividir tamanha graça com a humanidade.

Estas características demonstram claramente a visão do evangelista Lucas em relação à mulher Maria, esta que foi a escolhida para ser a mãe de Jesus. É uma atenta ouvinte da palavra de Deus, que guarda e frutifica esta mesma palavra. Faz memória a partir dos desígnios de Deus e dos ensinamentos de seu filho Jesus.

Quando este faz o rompimento necessário com sua família terrena para mostrar quais os vínculos realmente importantes aos olhos de Deus e poder se dedicar integralmente ao anúncio do Reino de Deus, ela deixa de ser apenas a mãe de Jesus e passa a ser uma irmã, que está ali, depois de ter educado o filho, agora para aprender os preciosos ensinamentos daquele que veio para salvar a humanidade. E ela faz isto justamente ouvindo com atenção a Sua palavra e meditando profundamente a respeito dela, guardando-a dentro de si e levando adiante, assim como deve agir o verdadeiro discípulo de Cristo. Ela procura desvendar o sentido destas palavras, o que comprova sua determinação em compreendê-las a fundo para melhor segui-las. Ela é uma missionária que reflete acerca da palavra.

Tão importante quanto estes aspectos da personalidade de Maria destacados por Lucas, não podemos nos esquecer do cântico Magnificat.

Dada a importância que Lucas coloca em seu texto de mostrar a preferência de Deus pelos pobres vamos encontrar nesta passagem, atribuída à Maria, uma bela defesa, partida por uma serva fiel do Senhor, daqueles que são humildes e de que o Reino de Deus é mais facilmente atingido por eles. Maria, através do Magnificat, nos diz que as injustiças terão fim com Deus e que a fé é fundamental neste processo.

Por tudo isto, podemos concluir que Maria é o exemplo acabado do seguidor de Cristo o qual devemos todos nos espelhar. Ela ouve atentamente, não somente ouvindo, mas escutando e guardando com carinho tudo em seu coração de mãe de Cristo e irmã dos cristãos, fazendo que estes ensinamentos frutifiquem ao longo da travessia de fé. Ao mesmo tempo, Maria é peregrina, leva esta palavra adiante, sai pelo mundo, como deve fazer o cristão, espalhando a palavra de Deus. E por fim, Maria indica a preferência de Deus pelos humildes e faz acreditar com mais força que as injustiças terão fim e os homens poderão viver irmanadamente.  

Fonte: Eduardo Freitas - <http://mariologiapucrs.blogspot.com>


Maria no evangelho de João



MARIA NO EVANGELHO DE JOÃO

João escreveu o seu evangelho por volta do ano 90-100 d.C. É também autor do livro do Apocalipse. Tanto o quarto evangelho com o livro do Apocalipse apresentam, por serem os escritos mais tardios, uma reflexão bem mais madura sobre Jesus.

O Evangelho de João está dividido em três partes:
a) Prólogo (Jo 1, 1-18)
b) Livro dos Sinais (Jo 1,19 – 12,50)
c) Livro da Exaltação (Jo 13-20)

Menciona a Mãe de Jesus em três ocasiões: uma indiretamente, na encarnação do Filho de Deus (Jo 1, 14), e as duas de uma maneira bem explicita: as Bodas de Caná (Jo 2, 1-12) e na Morte de Jesus (Jo 19, 25-27).

1) Jo 1,14: (PROLOGO)

E o Verbo divino se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.
Embora o texto não mencione Maria, porque a intenção do autor é mostrar a origem divina de Jesus (Verbo de Deus), dá-se a entender que Ela está implícita no processo da encarnação de Jesus (“e habitou entre nós”). Não podemos, em hipótese alguma, afirmar que este é um texto mariano, mas quando se fala em “encarnação” do Verbo Divino, Maria é lembrada.

2) Jo 2, 1-12 (AS BODAS DE CANÁ)

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, e estava ali a mãe de Jesus;
2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento.
3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.
4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas (medida antiga equivalente a cerca de 40 litros).
7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram- nas até em cima.
8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram.
9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo
10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.
Este relato encontra-se inserido no chamado “bloco dos sinais”. É cheio de uma simbologia muito grande. Os sinais apresentam um sentido de revelação da pessoa de Jesus e têm uma intima relação com a fé. Quando Jesus realiza um milagre, este serve de sinal para que as pessoas vendo possam acreditar em Jesus. Em Mateus, Marcos e Lucas, os milagres que Jesus realiza indicam o poder de Deus sobre as forças do mal.
Os sinais que o quarto evangelho mencionam também expressam a Glória de Deus, que com Jesus, aos poucos vai se manifestando ao mundo.

Analisando o texto…

Um primeiro dado interessante que se percebe à primeira vista é que João não menciona o nome “Maria”. Ele refere-se a Maria chamando-a de “Mulher” ou “Mãe de Jesus” (seis vezes). A explicação é simples: João gosta de apresentar certas pessoas como modelos de seguidores do projeto de Jesus. Maria, portanto, é um modelo, uma figura símbolo que aceitou a mensagem de Jesus.
Apesar de ser uma festa de casamento, os personagens principais não são os noivos e sim Jesus e Maria. Apesar de usar uma linguagem de um casamento, João quer mostrar, com este relato, que o pacto (casamento) entre o povo da Antiga Aliança (Israel) e Deus estava desgastado, sem vida, vazio, devido o abismo do pecado.
O relato data muito a sequência dos dias, com destaque especial “ao terceiro dia” , alusão simbólica à Aliança no Monte Sinai (Ex 19, 11.9) e principalmente à Ressurreição de Jesus.
Ao fazer chegar até Jesus a problemática da falta de vinho, Maria se apresenta como aquela que, conhecendo as necessidades da humanidade, pede ajuda para Jesus. Aqui está simbolizado o papel de intercessora atribuído a Maria.
A primeira reação de Jesus ao afirmar “Mulher, que tenho eu contigo” (ou, que importa a mim e a ti), parece ser um tanto ríspida com relação a Maria, mas serve para ilustrar o deslocamento de perspectiva: que Jesus chama os seus interlocutores (na pessoa de Maria) para perceber um outro nível de sua presença.

A palavra “mulher” pode representar três ideias:

·         Pode lembrar Gn 3, referindo a Eva-Mulher que trouxe o pecado ao mundo. Assim Maria, a nova Mulher trouxe a salvação, Jesus;

·         Maria, Mulher, pode representar todo o povo de Israel (Filha de Sião);

·         Pode traduzir todo o reconhecimento da figura feminina na comunidade de João pelo papel evangelizador que as mulheres desempenhavam no testemunho do Evangelho.

Depois de realizar o milagre da transformação da água em vinho, o relato tem um desfecho muito significativo. E é para lá que apontava João: Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. ( v11). Com isso, o autor acentua a centralidade do relato: mostrar quem é Jesus (aquele que traz o vinho novo, a Nova Aliança, o Novo Pacto, a alegria, a plenitude, a graça, a salvação) e a fé dos discípulos que aderem ao projeto do Filho de Deus. E todo o projeto do Reino de Deus é simbolizado através da figura das Bodas, o grande Banquete, as Núpcias do Cordeiro, a grande Festa da plena e definitiva alegria. Jesus é o novo NOIVO.

Maria-mulher é aquela que leva os discípulos a crerem em Jesus. Incentiva os filhos a fazerem a vontade do seu Filho.

3) Jo 19, 25-27 (MARIA JUNTO À CRUZ)

v25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena.

v26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.

v27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

O texto mostra que estavam presentes junto à cruz de Jesus quatro mulheres: a mãe de Jesus, uma irmã de Maria, Maria esposa de Cléofas e Maria Madalena e também o discípulo amado.
As mulheres, como já vimos, representam o serviço generoso e destacado que elas exerciam na comunidade; o “discípulo amado” representa o modelo ideal de todo cristão que apesar das contrariedades e cruzes da vida, permanece fiel a Cristo.
Ao colocar Maria junto à cruz de Jesus, o autor do livro, quer:

v  simbolizar a presença da mãe sofredora que sempre esteve ao lado de Jesus e de todo aquele que sofre;

v  fazer uma relação entre as Bodas de Cana onde Maria esteve presente no inicio das atividades do seu Filho, como no pleno cumprimento de sua missão, através da morte da Cruz.

Tanto o discípulo amado com Maria, são representações da Igreja:

Ø  Maria como geradora de novos filhos (mulher, membro constitutivo da Igreja e mãe da comunidade);

Ø  O Discípulo amado como representante de todos os fiéis que seguem Jesus custe o que custar.

Resumindo, podemos sintetizar a figura de Maria no quarto evangelho como:
– discípula fiel
– pessoa de fé
– mãe da comunidade
– mulher solidária

Fonte: (<igrejamilitante.com>)

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A bênção de Deus - Num 6,22-27



A bênção de Deus - Num 6,22-27


O Senhor disse a Moisés:
«Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes:
Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo:
‘O Senhor te abençoe e te proteja.
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável.
O senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’.
Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel
e Eu os abençoarei».

O nosso texto situa-nos no Sinai, frente à montanha onde se celebrou a aliança entre Deus e o seu Povo… No contexto das últimas instruções de Jahwéh a Moisés, antes de Israel levantar o acampamento e iniciar a caminhada em direcção à Terra Prometida, é apresentada uma fórmula de bênção, que os “filhos de Aarão” (sacerdotes) deviam pronunciar sobre a comunidade.
Provavelmente, trata-se de uma fórmula litúrgica utilizada no Templo de Jerusalém para abençoar a comunidade, no final das celebrações litúrgicas, antes de o Povo regressar a suas casas… Essa bênção é aqui apresentada como um dom de Deus, no Sinai.
A “bênção” (“beraka”) é concebida, no universo dos povos semitas, como uma comunicação de vida, real e eficaz, que atinge o “abençoado” e que lhe transmite vigor, força, êxito, felicidade. É um dom que, uma vez pronunciado, não pode ser retirado nem anulado. Aqui, essa comunicação de vida – fruto da generosidade e do amor de Deus – derrama-se sobre os membros da comunidade por intermédio dos sacerdotes (no Antigo Testamento, os intermediários entre o mundo de Jahwéh e a comunidade israelita).
Esta “bênção” apresenta-se numa tríplice fórmula, sempre em crescendo (no texto hebraico, a primeira afirmação tem três palavras; a segunda, cinco; a terceira, sete). Em cada uma das fórmulas, é pronunciado o nome de Jahwéh… Ora, pronunciar três vezes o nome do Deus da aliança é dar uma nova atualidade à aliança, às suas promessas e às suas exigências; é lembrar aos israelitas que é do Deus da aliança que recebem a vida nas suas múltiplas manifestações e que tudo é um dom de Deus.
A cada uma das invocações, correspondem dois pedidos de bênção: “que Jahwéh te abençoe (isto é, que te comunique a sua vida) e te proteja”; “que Jahwéh faça brilhar sobre ti a sua face (hebraísmo que se pode traduzir como ‘que te mostre um rosto sorridente e favorável’) e te conceda a sua graça”; que Jahwéh dirija para ti o seu olhar (hebraísmo que significa ‘olhar para ti com benevolência’, ‘acolher-te’) e te conceda a paz” (em hebraico: ‘shalom’ – no sentido de bem-estar, harmonia, felicidade plena).
Este texto lembra ao israelita que tudo é um dom do amor de Jahwéh e que o Deus da aliança está ao lado do seu Povo em cada dia do ano, oferecendo-lhe a vida plena e a felicidade em abundância.

REFLEXÃO:

A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:

• Em primeiro lugar, somos convidados a tomar consciência da generosidade do nosso Deus, que nunca nos abandona, mas que continua a sua tarefa criadora derramando sobre nós, continuamente, a vida em plenitude.

• É de Deus que tudo recebemos: vida, saúde, força, amor e aquelas mil e uma pequeninas coisas que enchem a nossa vida e que nos dão instantes plenos. Tendo consciência dessa presença contínua de Deus ao nosso lado, do seu amor e do seu cuidado, somos gratos por isso? No nosso diálogo com Ele, sentimos a necessidade de O louvar e de Lhe agradecer por tudo o que Ele nos oferece? Agradecemos todos os dons que Ele derramou sobre nós no ano que acaba de terminar?

• É preciso ter consciência de que a “bênção” de Deus não cai do céu como uma chuva mágica que nos molha, quer queiramos, quer não (magia e Deus não combinam); mas a vida de Deus, derramada sobre nós continuamente, tem de ser acolhida com amor e gratidão e, depois, transformada em gestos concretos de amor e de paz. É preciso que o nosso coração diga “sim”, para que a vida de Deus nos atinja e nos transforme.