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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Os Dogmas Marianos




Os Dogmas Marianos

Hoje, os cristãos necessitam conhecer os dogmas marianos. A formação mariana requer o estudo dos dogmas marianos, tanto em seu conteúdo, como também em seu significado na vida cristã.
Os dogmas marianos foram conquistas históricas e teológicas do cristianismo. Fazem parte do patrimônio e da doutrina da Igreja. Brotaram do senso sobrenatural dos fiéis. Foram formulados pela Igreja. “O dogma nasce na Igreja, que acolhe a Palavra de Deus, aprofunda e evolui na compreensão do dado revelado” (padre Leomar Antônio Brustolin, teólogo mariano).
Os dogmas marianos manifestam a importância que a Igreja dá a Maria, a Mãe de Jesus Cristo. “Os dogmas marianos glorificam Maria. Ela é exaltada precisamente em sua insignificância e simplicidade, e é por intermédio dos insignificantes, dos pobres — como Maria e os que ela declara libertados — que o Reino se torna realidade entre nós.
Em toda a longa tradição cristã, os dogmas marianos concentram nossa atenção na glória de Deus que brilha sobre a mãe de Jesus” (Kahleen Coyle, missionária e escritora mariana).
Que são dogmas marianos
O termo “dogma” provém da língua grega, “dogma”, que significa “opinião” e “decisão”. No Novo Testamento, é empregado no sentido de decisão comum sobre uma questão, tomada pelos apóstolos (cf. At. 15,28). Os Padres da Igreja, antigos escritores eclesiásticos, usavam dogma para designar o conjunto dos ensinamentos e das normas de Jesus e também uma decisão da Igreja.
Paulatinamente, a Igreja, com o auxílio dos teólogos e pensadores cristãos, precisou e esclareceu o sentido de dogma. Na linguagem atual do magistério e da teologia, o ‘dogma’ é uma doutrina na qual a Igreja, quer com um juízo solene, quer mediante o magistério ordinário e universal, propõe de maneira definitiva uma verdade revelada, em uma forma que obriga o povo cristão em sua totalidade, de modo que sua negação é repelida como heresia e estigmatizada com anátema” (Marcelo Semeraro, professor de teologia).
Definidos pelo magistério da Igreja de maneira clara e definitiva, os dogmas são verdades de fé, contidas na Bíblia e na Tradição. “O magistério da Igreja empenha plenamente a autoridade que recebeu de Cristo, quando define dogmas, isto é, quando, utilizando uma forma que obriga o povo cristão a uma adesão irrevogável de fé, propõe verdades contidas na Revelação divina ou verdades que com estas têm uma conexão necessária” (Catecismo da igreja católica, no 88).
Na Igreja os dogmas são importantes, porque ajudam os cristãos a se manterem fiéis na fé genuína do cristianismo. “Os dogmas são como placas que indicam o caminho de nossa fé. Foram criados para ajudar a gente a se manter no rumo do Santuário vivo, que é Jesus” (CNBB  Com Maria, rumo ao novo milênio. pág. 81).
Referentes a Maria, a Igreja propõe quatro dogmas: Maternidade divina, Virgindade perpétua, Imaculada Conceição e Assunção. Constituem verdades que os cristãos aceitam, aprofundam e vivenciam na comunidade de fé.
Mãe de Deus
Aos 22 de junho de 431, o Concílio de Éfeso definiu explicitamente a maternidade divina de Nossa Senhora. Assim o Concílio se expressou: “Que seja excomungado quem não professar que Emanuel é verdadeiramente Deus e, portanto, que a Virgem Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois deu à luz segundo a carne aquele que é o Verbo de Deus”.
A intenção do Concílio de Éfeso era a de afirmar a unidade da pessoa de Cristo. Reconhecer Maria como Mãe de Deus (“Theotokos”) significa, na verdade, professar que Cristo, Filho da Virgem Santíssima segundo a geração humana, é Filho de Deus.
O povo se alegrou tanto que levou os bispos do Concílio para suas casas e festejaram a proclamação do dogma mariano. A maternidade divina de Nossa Senhora é peça-mestra da teologia marial.
Virgindade perpétua
Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria no ano 649. Durante o Concílio, o Papa Matinho I assim afirmou: “Se alguém não confessa de acordo com os santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída (intacta), ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”.
Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes do parto, no parto e depois do parto. Os diversos credos e concílios antigos retomaram e afirmaram essa verdade. Santo Inácio de Alexandria, são Justino, santo Irineu, santo Epifrânio, santo Efrém, santo Ambrósio, são Jerônimo e santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria. A Virgindade perpétua de Maria faz parte integrante da fé cristã.
Imaculada Conceição
Em 8 de dezembro de 1854, o papa Pio IX definiu o terceiro dogma mariano: Imaculada Conceição de Maria. Em sua Bula “Ineffabilis Deus”, o Pontífice declarou a doutrina que ensina ter sido Nossa Senhora imune de toda mancha de pecado original, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus Onipotente, em vista dos méritos de Cristo Jesus Salvador do gênero humano.
Duns Scott (1266-1308) foi o teólogo que argumentou, historicamente, em favor do privilégio mariano, baseando-se na redenção preventiva.
O dogma da Imaculada Conceição nos ensina que, em Maria, começa o processo de renovação e purificação de todo o povo. Ela “é toda de Deus, protótipo do que somos chamados a ser. Em Maria e em nós age a mesma graça de Deus. Se nela Deus pôde realizar seu projeto, poderá realizá-lo em nós também” (Dom Murilo S. R. Krieger – bispo e escritor mariano).
Assunção de Maria
A Assunção de Maria foi o último dogma a ser proclamado, por obra do papa Pio XII, a 1o de novembro de 1950. Na Constituição Apostólica “Munificentissimus Deus”, o Pontífice afirmou que, depois de terminar o curso terreno de sua vida, ela foi assunta de corpo e alma à glória celeste. Mais de 200 teólogos, em todas as partes da Igreja, demonstraram interesse e entusiasmo pela definição dogmática.
Imaculada e assunta aos céus, Maria é a realização perfeita do projeto de Deus sobre a humanidade. “A Assunção manifesta o destino do corpo santificado pela graça, a criação material participando do corpo ressuscitado de Cristo, e a integridade humana, corpo e alma, reinando após a peregrinação da história” (CNBB – Catequese renovada, no 235).
Os dogmas marianos iluminam a vida espiritual dos cristãos. “Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé, que o iluminam e tornam seguro” (Catecismo da igreja católica, no 90).
(Por Padre Eugênio Antônio Bisinoto – C.Ss.R.)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Roteiro para os cinco primeiros sábados de desagravo




Oração e meditação do terço dos cinco primeiros sábados

1.     Em nome do Pai + e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
 P. Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos Vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor, enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra.
P. Oremos: ó Deus que santificais a Vossa Igreja inteira, em todos os povos e nações, derramai por toda a extensão do mundo os dons do Espírito Santo e realizai agora no coração dos fiéis as maravilha que operastes no início da pregação do Evangelho.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém.
P. Abri os meus lábios, ó Senhor.
R. E minha boca anunciará o Vosso louvor.
P. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Socorrei-me sem demora.
P. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

2.  Oferecimento do Terço:
Uno-me a todos os santos que estão no Céu, a todos os justos que estão sobre a Terra, a todas as almas fiéis que estão neste lugar. Uno-me a Vós, meu Jesus, para louvar dignamente Vossa Santa Mãe, e louvar-Vos a Vós, nela e por Ela. Renuncio a todas as distrações que me vierem durante este Rosário, que quero recitar com modéstia, atenção e devoção, como se fosse o último da minha vida. Nós Vos oferecemos, Trindade Santíssima, este Credo, para honrar os mistérios todos de nossa Fé; este Pai Nosso e estas três Ave-Marias, para honrar a unidade de vossa essência e a trindade de vossas pessoas. Pedimo-Vos uma fé viva, uma esperança firme e uma caridade ardente. Assim seja.  (Rezar o Credo, o Pai-Nosso, três Ave-Marias e o Glória).

3.    Primeira Meditação – Sobre a Imaculada Conceição

Mistérios Gozosos
1º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta primeira dezena, em honra a vossa Encarnação no seio de Maria; e vos pedimos, por esse mistério, e por sua intercessão uma profunda humildade. Assim seja. Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja.  (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

4.    Segunda Meditação – Sobre a Virgindade Perpétua de Maria Santíssima

2º Mistério - Nos vos oferecemos, Senhor Jesus, esta segunda dezena, em honra da visitação de vossa santa Mãe à sua prima santa Isabel e da santificação de São João Batista; e vos pedimos, por esse mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, a caridade para com o nosso próximo. Assim seja. Todos: Graças ao mistério da visitação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)
5.    Terceira Meditação – Sobre a Maternidade divina de Maria Santíssima

3º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta terceira dezena, em honra ao vosso nascimento no estábulo de Belém; e vos pedimos, por este mistério e pela intercessão de vossa Mãe Santíssima, o desapego dos bens terrenos e ao amor a pobreza. Assim seja. Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

6.    Quarta Meditação – Sobre as ofensas de quem ensina crianças a desprezarem e terem ódio para com a Santíssima Virgem Maria.

4º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta quarta dezena, em honra a vossa apresentação ao templo, e da purificação de Maria; e vos pedimos, por este mistério e por sua intercessão, uma grande pureza de corpo de alma. Assim seja.  Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

7.    Quinta Meditação – Sobre as Ofensas feitas a ícones (quadros) ou imagens da Bem aventurada Virgem Maria

5º Mistério - Nós vos oferecemos, Senhor Jesus, esta quinta dezena, em honra ao vosso reencontro por Maria; e vos pedimos, por este mistério; e por sua intercessão, a verdadeira Sabedoria. Todos: Graças ao mistério da Encarnação, descei em nossas almas. Assim seja. (Rezar 1 Pai Nosso, 10 Ave Marias e Glória)

8.    Salve Rainha, mãe de misericórdia...

9.    Saudação Final: Eu vos saúdo, Maria, Filha bem-amada do eterno Pai, Mãe admirável do Filho, Esposa mui fiel do Espírito Santo, templo augusto da santíssima trindade; eu vos saúdo soberana Princesa, a quem tudo está submisso no céu e na terra; eu vos saúdo, seguro refúgio dos pecadores, nossa Senhora da Misericórdia, que jamais repeliste pessoa alguma. Pecador que sou, me prostro aos vossos pés, e vos peço de me obter de Jesus, vosso amado filho, a contrição e o perdão de todos os meus pecados, e a divina sabedoria. Eu me consagro todo a vós, com tudo o que possuo. Eu vos tomo, hoje, por minha Mãe e Senhora. Tratai-me, pois, como o ultimo de vossos filhos e o mais obediente de vossos escravos. Atendei, minha Princesa, atendei aos suspiros de um coração que seja amar-vos e servi-vos fielmente. Que ninguém diga que, entre todos que a vós recorreram, seja eu o primeiro desamparado. Ó minha esperança, Ó minha vida, Ó minha fiel e imaculada Virgem Maria defendei-me, nutri-me, escutai-me, instruí-me, salvai-me. Assim seja. Em Nome do Pai, (+) do Filho e do Espírito Santo. Amém.

P. Que as almas dos Legionários e de todos os fiéis defuntos, pela misericórdia de Deus, descansem em paz. Amém.

TEXTOS PARA A MEDITAÇÃO

Primeira Meditação - Sobre a Imaculada Conceição
O dogma que declara a Imaculada Conceição da Virgem Maria é fundamentado na Bíblia: Maria recebeu uma saudação celestial do Anjo Gabriel quando este veio anunciar que ela seria a Mãe do Salvador. Nessa ocasião, o Anjo Gabriel saudou como cheia de graça.
Foi o papa Pio IX, o papa que proclamou o dogma da Imaculada Conceição, recorreu principalmente à afirmação de Gênesis (3, 15), onde Deus diz: Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela, assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar à luz o Cristo, que reconciliaria o homem com Deus. O versículo Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti, no Cântico dos Cânticos (4,7) também é uma referência para defender a Imaculada Conceição. Outras passagens bíblicas referentes são: Também farão uma arca de madeira incorruptível (Êxodo 25, 10-11). Pode o puro (Jesus) vir de um ser impuro? Jamais! (Jó 14, 4)Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível... (Deuteronômio 10, 3). Maria é considerada a Arca da Nova Aliança (Apocalipse 11, 19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente incorruptível ou imaculada.

Segunda Meditação - Sobre a Virgindade Perpétua de Maria Santíssima
A Igreja nos ensina que Maria sempre foi Virgem - antes do parto, no parto e depois do parto. Desde o princípio a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. “Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo”. “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo(Mt 1, 18-20). Para os Padres da Igreja a conceição virginal era o “sinal” de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que assumiu a nossa humanidade. Santo Inácio de Antioquia (†107), já dizia: “Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne, Filho de Deus segundo a vontade e o poder de Deus, verdadeiramente nascido de uma virgem (…), ele foi verdadeiramente pregado, na sua carne, (à cruz) por nossa salvação sob Pôncio Pilatos (…), ele sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente(Esmirnenses, I-II). O anjo disse a São José que “o que foi gerado nela vem do Espírito Santo(Mt 1,20). É o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho(Is 7,14). Diz o nosso Catecismo: “O aprofundamento de sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito, o nascimento de Cristo “não lhe diminuiu, mas sagrou a integridade virginal” de sua mãe.(§499)

Terceira Meditação - Sobre a Maternidade divina de Maria Santíssima
O dogma da Maternidade Divina se refere a que a Virgem Maria é verdadeira Mãe de Deus. Foi solenemente definido pelo Concílio de Éfeso (431 d.C.). Algum tempo depois, foi proclamado por outros Concílios universais, o de Calcedônia e os de Constantinopla. O Concílio de Éfeso, do ano 431, sendo Papa São Clementino I (422-432) definiu: “Se alguém não confessar que o Emanuel (Deus Conosco) é verdadeiramente Deus, e que, portanto, a Santíssima Virgem é Mãe de Deus, porque pariu segundo a carne ao Verbo de Deus feito carne, seja anátema (condenado).” O Concílio Vaticano II faz referência ao dogma da seguinte maneira: “Desde os tempos mais remotos, a Bem-Aventurada Virgem é honrada com o título de Mãe de Deus, a cujo amparo os fiéis acodem com suas súplicas em todos os seus perigos e necessidades”. (Constituição Dogmática Lumen Gentium, 66). Maria é a mãe não apenas da carne de Jesus, mas de toda a realidade do Seu Filho. Criar é tirar do nada, e isto só Deus pode fazer. Cristo foi gerado no ventre de Maria, porque Ele sempre existiu, como Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. MARIA É MÃE DE DEUS: porque gerou em seu corpo o Deus-homem. Maria é Mãe de Deus porque, da sua própria carne, comunica ao Verbo uma natureza semelhante à sua. Na Encíclica Lumen Gentium, Papa Paulo VI explica: "Pois a Virgem Maria, que na Anunciação do anjo recebeu o Verbo de Deus no seu coração e no seu corpo e trouxe ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. [...] Mais ainda: é verdadeiramente a Mãe dos membros de Cristo...porque cooperou com a caridade para que na Igreja nascessem os fieis que são os membros desta cabeça". E por causa disto é saudada também como membro supereminente e de todo singular da Igreja, como seu tipo e modelo excelente na fé e na caridade. E a Igreja Católica instruída pelo Espírito Santo, honra-a com afeto e piedade filial como mãe amantíssima". (LG 53)
Quarta Meditação - Sobre as ofensas de quem ensina crianças a desprezarem e terem ódio à Maria Santíssima
(a) Outra necessidade da reparação ao Imaculado Coração de Maria é a indiferença, o desprezo, o ódio infundidos nos corações dos homens para com esta Mãe tão bondosa. Tudo isso é consequência do ensinamento de falsas doutrinas, injúrias e blasfêmias principalmente às crianças. Hoje em dia torna-se cada vez mais comum o desprezo, a irreverência, quando não o ódio para coma Mãe de Deus. Tais atitudes são comuns na sociedade atual, até mesmo entre os cristãos. E isso fere gravemente o Imaculado Coração de Maria. No entanto, a indiferença para com esta boa Mãe ofende seu Coração tanto quanto as práticas mencionadas. Por isso, essas práticas, principalmente aquelas vindas das crianças, ofendem gravemente a Mãe do Senhor. Pois, estas a ofendem não somente por causa das atitudes dos pequeninos, mas por causa da maldade de colocar em seus corações tão desprezíveis sentimentos para com Maria Santíssima.

Quinta Meditação - Sobre as ofensas feitas a ícones/imagens da Bem aventurada Virgem Maria

(b) Na Igreja, veneramos os santos porque eles merecem o nosso respeito, admiração e gratidão. Graças às suas imagens, nós os recordamos e, ao mesmo tempo, eles nos trazem à mente verdades religiosas de grande proveito espiritual, dizendo-nos algo relacionado com as suas vidas. Por exemplo, graças às imagens podemos recordar quem era o santo, que virtude ele mais praticou, o que o tornou santo. Assim também, ao vermos uma imagem da Mãe de Deus, vem à nossa memória que, no céu, nós temos uma mãe imaculada que nos ama, que intercede por nós e que nos incentiva a levar uma vida santa. Nos dias de hoje, torna-se cada vez mais comum: o ultraje, o sacrilégio, o vandalismo, a destruição das sagradas imagens da Santíssima Virgem, principalmente àquelas que estão expostas em locais públicos. Ademais, as suas imagens estão sendo retiradas, reduzidas ao mínimo, quando não são totalmente excluídas das igrejas e capelas. Estas práticas também ofendem muito o Imaculado Coração de Maria, além de contrariar o que foi dito no Concílio Vaticano II a respeito das imagens sagradas: “Observem religiosamente aquelas coisas que nos tempos passados foram decretadas acerca do culto das imagens de Cristo, da Bem-aventura Virgem e dos Santos(LG 61). Isto significa que deveríamos zelar pela tradicional e salutar devoção às sagradas imagens, conforme a Tradição bimilenar da Igreja. As ofensas a Virgem Maria nas suas sagradas imagens atingem não somente a Igreja dos santos, que a veneraram com tão grande amor nas suas imagens, mas também ao próprio Filho, que desejaria ver sua Mãe honrada e amada nas pinturas, quadros e imagens. Dessa forma, temos nestas ofensas, razões suficientes para desagravar o Imaculado coração de Maria. A solução do problema é a catequese, para que se chegue à maturidade da fé com toda a sua liberdade interior.

Org.  Adilson

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Homilia do Papa Francisco na Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus
 «Todos os que ouviram se maravilhavam com o que lhes diziam os pastores» (Lc 2, 18). Maravilhar-nos: a isto somos chamados hoje, na conclusão da Oitava de Natal, com o olhar ainda fixo no Menino que nasceu para nós, pobre de tudo e rico de amor. Maravilha: é a atitude que devemos ter no começo do ano, porque a vida é um dom que nos possibilita começar sempre de novo, mesmo da condição mais baixa.
Mas hoje é também o dia para nos maravilharmos diante da Mãe de Deus: Deus é um bebé nos braços duma mulher, que alimenta o seu Criador. A imagem que temos à nossa frente mostra a Mãe e o Menino tão unidos que parecem um só. Tal é o mistério de hoje, que suscita uma maravilha infinita: Deus ligou-Se à humanidade para sempre. Deus e o homem sempre juntos: eis a boa notícia no início do ano. Deus não é um senhor distante que habita solitário nos céus, mas o Amor encarnado, nascido como nós duma mãe para ser irmão de cada um, para estar próximo: o Deus da proximidade. Está nos joelhos de sua mãe, que é também nossa mãe, e de lá derrama uma nova ternura sobre a humanidade. E nós compreendemos melhor o amor divino, que é paterno e materno, como o duma mãe que não cessa de crer nos filhos e nunca os abandona. O Deus-conosco ama-nos independentemente dos nossos erros, dos nossos pecados, do modo como fazemos caminhar o mundo. Deus crê na humanidade, da qual sobressai, primeira e incomparável, a sua Mãe.
No início do ano, pedimos-Lhe a graça de nos maravilharmos perante o Deus das surpresas. Renovamos a maravilha das origens, quando nasceu em nós a fé. A Mãe de Deus ajuda-nos: a Mãe que gerou o Senhor, gera-nos para o Senhor. É mãe e gera sempre de novo, nos filhos, a maravilha da fé, porque a fé é um encontro, não é uma religião. A vida, sem nos maravilharmos, torna-se cinzenta, rotineira; e de igual modo a fé. Também a Igreja precisa de renovar a sua maravilha por ser casa do Deus vivo, Esposa do Senhor, Mãe que gera filhos; caso contrário, corre o risco de assemelhar-se a um lindo museu do passado. A «Igreja museu». Mas, Nossa Senhora introduz na Igreja a atmosfera de casa, duma casa habitada pelo Deus da novidade. Acolhamos maravilhados o mistério da Mãe de Deus, como os habitantes de Éfeso no tempo do Concílio lá realizado! Como eles, aclamemo-La «Santa Mãe de Deus»! Deixemo-nos olhar, deixemo-nos abraçar, deixemo-nos tomar pela mão… por Ela. (…)
Deus não prescindiu da Mãe: por maior força de razão, precisamos nós d’Ela. O próprio Jesus no-La deu; e não num momento qualquer, mas quando estava pregado na cruz: «Eis a tua mãe» (Jo 19, 27) – disse Ele ao discípulo, a cada discípulo. Nossa Senhora não é opcional: deve ser acolhida na vida. É a Rainha da paz, que vence o mal e guia pelos caminhos do bem, repõe a unidade entre os filhos, educa para a compaixão.
Tomai-nos pela mão, Maria. Agarrados a Vós, superaremos as curvas mais fechadas da história. Levai-nos pela mão a descobrir os laços que nos unem. Reuni-nos, todos juntos, sob o vosso manto, na ternura do amor verdadeiro, onde se reconstitui a família humana: «À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus». Digamo-lo, todos juntos, a Nossa Senhora: «À vossa proteção, recorremos, Santa Mãe de Deus».

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Maria no Evangelho de Lucas



Maria no Evangelho de Lucas

Maria é apresentada no evangelho de Lucas como aquela que foi a primeira discípula de Cristo e também como o exemplo maior para toda a cristandade, pois é aquela que ouve atentamente a palavra de Deus, com muita fé e a guarda, colocando em prática posteriormente.

Ao perceber que havia sido escolhida para missão tão especial, trazer ao mundo o Salvador, Maria não recua e diz sim ao chamado de Deus, mesmo com a grande dificuldade inicial que poderia colocar dúvidas em sua cabeça a respeito deste acontecimento. Ela questiona, com propriedade, como poderia realizar obra de tal magnitude pois não havia realizado a conjunção carnal com nenhum homem. Mas, este é um dilema que logo é vencido, pois Maria compreende que para a vontade de Deus não existem limites.

Desta forma, Maria confiou plenamente e disse sim ao projeto salvífico e torna-se referência.

Com este exemplo, Maria se torna um guia para todo o cristão, pois foi justamente a primeira a acreditar na vinda do messias e que poderia trazê-lo ao mundo, ajudando em sua educação, o criando como uma boa mãe. É notória a observação de Santo Agostinho que diz que Maria concebeu Jesus primeiro em seu coração e depois em seu ventre.

Ela sentiu-se chamada a participar desta magnífica obra e participou com toda a sua coragem, com toda a sua fé, tornando-se inclusive uma missionária, a primeira, pois enquanto levava Jesus em seu ventre já vai visitar sua parente Isabel e levar um pouco da graça de Deus que se derramara sobre sua pessoa bem-aventurada com o objetivo de dividir tamanha graça com a humanidade.

Estas características demonstram claramente a visão do evangelista Lucas em relação à mulher Maria, esta que foi a escolhida para ser a mãe de Jesus. É uma atenta ouvinte da palavra de Deus, que guarda e frutifica esta mesma palavra. Faz memória a partir dos desígnios de Deus e dos ensinamentos de seu filho Jesus.

Quando este faz o rompimento necessário com sua família terrena para mostrar quais os vínculos realmente importantes aos olhos de Deus e poder se dedicar integralmente ao anúncio do Reino de Deus, ela deixa de ser apenas a mãe de Jesus e passa a ser uma irmã, que está ali, depois de ter educado o filho, agora para aprender os preciosos ensinamentos daquele que veio para salvar a humanidade. E ela faz isto justamente ouvindo com atenção a Sua palavra e meditando profundamente a respeito dela, guardando-a dentro de si e levando adiante, assim como deve agir o verdadeiro discípulo de Cristo. Ela procura desvendar o sentido destas palavras, o que comprova sua determinação em compreendê-las a fundo para melhor segui-las. Ela é uma missionária que reflete acerca da palavra.

Tão importante quanto estes aspectos da personalidade de Maria destacados por Lucas, não podemos nos esquecer do cântico Magnificat.

Dada a importância que Lucas coloca em seu texto de mostrar a preferência de Deus pelos pobres vamos encontrar nesta passagem, atribuída à Maria, uma bela defesa, partida por uma serva fiel do Senhor, daqueles que são humildes e de que o Reino de Deus é mais facilmente atingido por eles. Maria, através do Magnificat, nos diz que as injustiças terão fim com Deus e que a fé é fundamental neste processo.

Por tudo isto, podemos concluir que Maria é o exemplo acabado do seguidor de Cristo o qual devemos todos nos espelhar. Ela ouve atentamente, não somente ouvindo, mas escutando e guardando com carinho tudo em seu coração de mãe de Cristo e irmã dos cristãos, fazendo que estes ensinamentos frutifiquem ao longo da travessia de fé. Ao mesmo tempo, Maria é peregrina, leva esta palavra adiante, sai pelo mundo, como deve fazer o cristão, espalhando a palavra de Deus. E por fim, Maria indica a preferência de Deus pelos humildes e faz acreditar com mais força que as injustiças terão fim e os homens poderão viver irmanadamente.  

Fonte: Eduardo Freitas - <http://mariologiapucrs.blogspot.com>


Maria no evangelho de João



MARIA NO EVANGELHO DE JOÃO

João escreveu o seu evangelho por volta do ano 90-100 d.C. É também autor do livro do Apocalipse. Tanto o quarto evangelho com o livro do Apocalipse apresentam, por serem os escritos mais tardios, uma reflexão bem mais madura sobre Jesus.

O Evangelho de João está dividido em três partes:
a) Prólogo (Jo 1, 1-18)
b) Livro dos Sinais (Jo 1,19 – 12,50)
c) Livro da Exaltação (Jo 13-20)

Menciona a Mãe de Jesus em três ocasiões: uma indiretamente, na encarnação do Filho de Deus (Jo 1, 14), e as duas de uma maneira bem explicita: as Bodas de Caná (Jo 2, 1-12) e na Morte de Jesus (Jo 19, 25-27).

1) Jo 1,14: (PROLOGO)

E o Verbo divino se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.
Embora o texto não mencione Maria, porque a intenção do autor é mostrar a origem divina de Jesus (Verbo de Deus), dá-se a entender que Ela está implícita no processo da encarnação de Jesus (“e habitou entre nós”). Não podemos, em hipótese alguma, afirmar que este é um texto mariano, mas quando se fala em “encarnação” do Verbo Divino, Maria é lembrada.

2) Jo 2, 1-12 (AS BODAS DE CANÁ)

1 Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galileia, e estava ali a mãe de Jesus;
2 e foi também convidado Jesus com seus discípulos para o casamento.
3 E, tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm vinho.
4 Respondeu-lhes Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.
5 Disse então sua mãe aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.
6 Ora, estavam ali postas seis talhas de pedra, para as purificações dos judeus, e em cada uma cabiam duas ou três metretas (medida antiga equivalente a cerca de 40 litros).
7 Ordenou-lhe Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram- nas até em cima.
8 Então lhes disse: Tirai agora, e levai ao mestre-sala. E eles o fizeram.
9 Quando o mestre-sala provou a água tornada em vinho, não sabendo donde era, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água, chamou o mestre-sala ao noivo
10 e lhe disse: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.
11 Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.
12 Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias.
Este relato encontra-se inserido no chamado “bloco dos sinais”. É cheio de uma simbologia muito grande. Os sinais apresentam um sentido de revelação da pessoa de Jesus e têm uma intima relação com a fé. Quando Jesus realiza um milagre, este serve de sinal para que as pessoas vendo possam acreditar em Jesus. Em Mateus, Marcos e Lucas, os milagres que Jesus realiza indicam o poder de Deus sobre as forças do mal.
Os sinais que o quarto evangelho mencionam também expressam a Glória de Deus, que com Jesus, aos poucos vai se manifestando ao mundo.

Analisando o texto…

Um primeiro dado interessante que se percebe à primeira vista é que João não menciona o nome “Maria”. Ele refere-se a Maria chamando-a de “Mulher” ou “Mãe de Jesus” (seis vezes). A explicação é simples: João gosta de apresentar certas pessoas como modelos de seguidores do projeto de Jesus. Maria, portanto, é um modelo, uma figura símbolo que aceitou a mensagem de Jesus.
Apesar de ser uma festa de casamento, os personagens principais não são os noivos e sim Jesus e Maria. Apesar de usar uma linguagem de um casamento, João quer mostrar, com este relato, que o pacto (casamento) entre o povo da Antiga Aliança (Israel) e Deus estava desgastado, sem vida, vazio, devido o abismo do pecado.
O relato data muito a sequência dos dias, com destaque especial “ao terceiro dia” , alusão simbólica à Aliança no Monte Sinai (Ex 19, 11.9) e principalmente à Ressurreição de Jesus.
Ao fazer chegar até Jesus a problemática da falta de vinho, Maria se apresenta como aquela que, conhecendo as necessidades da humanidade, pede ajuda para Jesus. Aqui está simbolizado o papel de intercessora atribuído a Maria.
A primeira reação de Jesus ao afirmar “Mulher, que tenho eu contigo” (ou, que importa a mim e a ti), parece ser um tanto ríspida com relação a Maria, mas serve para ilustrar o deslocamento de perspectiva: que Jesus chama os seus interlocutores (na pessoa de Maria) para perceber um outro nível de sua presença.

A palavra “mulher” pode representar três ideias:

·         Pode lembrar Gn 3, referindo a Eva-Mulher que trouxe o pecado ao mundo. Assim Maria, a nova Mulher trouxe a salvação, Jesus;

·         Maria, Mulher, pode representar todo o povo de Israel (Filha de Sião);

·         Pode traduzir todo o reconhecimento da figura feminina na comunidade de João pelo papel evangelizador que as mulheres desempenhavam no testemunho do Evangelho.

Depois de realizar o milagre da transformação da água em vinho, o relato tem um desfecho muito significativo. E é para lá que apontava João: Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galileia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele. ( v11). Com isso, o autor acentua a centralidade do relato: mostrar quem é Jesus (aquele que traz o vinho novo, a Nova Aliança, o Novo Pacto, a alegria, a plenitude, a graça, a salvação) e a fé dos discípulos que aderem ao projeto do Filho de Deus. E todo o projeto do Reino de Deus é simbolizado através da figura das Bodas, o grande Banquete, as Núpcias do Cordeiro, a grande Festa da plena e definitiva alegria. Jesus é o novo NOIVO.

Maria-mulher é aquela que leva os discípulos a crerem em Jesus. Incentiva os filhos a fazerem a vontade do seu Filho.

3) Jo 19, 25-27 (MARIA JUNTO À CRUZ)

v25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena.

v26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.

v27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

O texto mostra que estavam presentes junto à cruz de Jesus quatro mulheres: a mãe de Jesus, uma irmã de Maria, Maria esposa de Cléofas e Maria Madalena e também o discípulo amado.
As mulheres, como já vimos, representam o serviço generoso e destacado que elas exerciam na comunidade; o “discípulo amado” representa o modelo ideal de todo cristão que apesar das contrariedades e cruzes da vida, permanece fiel a Cristo.
Ao colocar Maria junto à cruz de Jesus, o autor do livro, quer:

v  simbolizar a presença da mãe sofredora que sempre esteve ao lado de Jesus e de todo aquele que sofre;

v  fazer uma relação entre as Bodas de Cana onde Maria esteve presente no inicio das atividades do seu Filho, como no pleno cumprimento de sua missão, através da morte da Cruz.

Tanto o discípulo amado com Maria, são representações da Igreja:

Ø  Maria como geradora de novos filhos (mulher, membro constitutivo da Igreja e mãe da comunidade);

Ø  O Discípulo amado como representante de todos os fiéis que seguem Jesus custe o que custar.

Resumindo, podemos sintetizar a figura de Maria no quarto evangelho como:
– discípula fiel
– pessoa de fé
– mãe da comunidade
– mulher solidária

Fonte: (<igrejamilitante.com>)

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A bênção de Deus - Num 6,22-27



A bênção de Deus - Num 6,22-27


O Senhor disse a Moisés:
«Fala a Aarão e aos seus filhos e diz-lhes:
Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo:
‘O Senhor te abençoe e te proteja.
O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face
e te seja favorável.
O senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz’.
Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel
e Eu os abençoarei».

O nosso texto situa-nos no Sinai, frente à montanha onde se celebrou a aliança entre Deus e o seu Povo… No contexto das últimas instruções de Jahwéh a Moisés, antes de Israel levantar o acampamento e iniciar a caminhada em direcção à Terra Prometida, é apresentada uma fórmula de bênção, que os “filhos de Aarão” (sacerdotes) deviam pronunciar sobre a comunidade.
Provavelmente, trata-se de uma fórmula litúrgica utilizada no Templo de Jerusalém para abençoar a comunidade, no final das celebrações litúrgicas, antes de o Povo regressar a suas casas… Essa bênção é aqui apresentada como um dom de Deus, no Sinai.
A “bênção” (“beraka”) é concebida, no universo dos povos semitas, como uma comunicação de vida, real e eficaz, que atinge o “abençoado” e que lhe transmite vigor, força, êxito, felicidade. É um dom que, uma vez pronunciado, não pode ser retirado nem anulado. Aqui, essa comunicação de vida – fruto da generosidade e do amor de Deus – derrama-se sobre os membros da comunidade por intermédio dos sacerdotes (no Antigo Testamento, os intermediários entre o mundo de Jahwéh e a comunidade israelita).
Esta “bênção” apresenta-se numa tríplice fórmula, sempre em crescendo (no texto hebraico, a primeira afirmação tem três palavras; a segunda, cinco; a terceira, sete). Em cada uma das fórmulas, é pronunciado o nome de Jahwéh… Ora, pronunciar três vezes o nome do Deus da aliança é dar uma nova atualidade à aliança, às suas promessas e às suas exigências; é lembrar aos israelitas que é do Deus da aliança que recebem a vida nas suas múltiplas manifestações e que tudo é um dom de Deus.
A cada uma das invocações, correspondem dois pedidos de bênção: “que Jahwéh te abençoe (isto é, que te comunique a sua vida) e te proteja”; “que Jahwéh faça brilhar sobre ti a sua face (hebraísmo que se pode traduzir como ‘que te mostre um rosto sorridente e favorável’) e te conceda a sua graça”; que Jahwéh dirija para ti o seu olhar (hebraísmo que significa ‘olhar para ti com benevolência’, ‘acolher-te’) e te conceda a paz” (em hebraico: ‘shalom’ – no sentido de bem-estar, harmonia, felicidade plena).
Este texto lembra ao israelita que tudo é um dom do amor de Jahwéh e que o Deus da aliança está ao lado do seu Povo em cada dia do ano, oferecendo-lhe a vida plena e a felicidade em abundância.

REFLEXÃO:

A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:

• Em primeiro lugar, somos convidados a tomar consciência da generosidade do nosso Deus, que nunca nos abandona, mas que continua a sua tarefa criadora derramando sobre nós, continuamente, a vida em plenitude.

• É de Deus que tudo recebemos: vida, saúde, força, amor e aquelas mil e uma pequeninas coisas que enchem a nossa vida e que nos dão instantes plenos. Tendo consciência dessa presença contínua de Deus ao nosso lado, do seu amor e do seu cuidado, somos gratos por isso? No nosso diálogo com Ele, sentimos a necessidade de O louvar e de Lhe agradecer por tudo o que Ele nos oferece? Agradecemos todos os dons que Ele derramou sobre nós no ano que acaba de terminar?

• É preciso ter consciência de que a “bênção” de Deus não cai do céu como uma chuva mágica que nos molha, quer queiramos, quer não (magia e Deus não combinam); mas a vida de Deus, derramada sobre nós continuamente, tem de ser acolhida com amor e gratidão e, depois, transformada em gestos concretos de amor e de paz. É preciso que o nosso coração diga “sim”, para que a vida de Deus nos atinja e nos transforme.